Natal dos guerreiros de Maria

Diante do presepe, devemos contemplar o Menino Jesus como um guerreiro que entra na liça para começar a guerra. Neste momento em que o combate se anuncia mais trágico e, portanto, mais admirável do que nunca, precisamos dar toda forma de devotamento de nossas almas, desde as mais extremas prudências, as esperas mais terríveis, até os avanços mais inopinados e fulminantes. Nossa combatividade está a serviço da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

 

Hoje de manhã fui ao Cemitério da Consolação. Por certo, a festa de Natal não seria para mim completa sem algo que me lembrasse, o mais possível, a presença de mamãe. Por isso, visitei o lugar que para mim se tornou “sagrado”, onde os seus restos repousam à espera do dia da ressurreição.

Fragrância do perfume de Dona Lucilia quando estava na Terra

Eu nunca conceberia um Natal sem ela. Lembro-me de um ano em que me encontrava em Paris. Estávamos perto da festa de Natal e eu tinha a cômoda possibilidade de dar um telefonema a ela, explicando que passaria o Natal ali. Tenho certeza de que ela me aconselharia ficar lá, que seria muito agradável, interessante, eu poderia me distrair bastante, ver coisas muito bonitas.

Mas, a ideia de ela passando o Natal sozinha em São Paulo era uma coisa que me produzia uma tristeza a que nenhuma alegria de Paris se podia comparar. E quanto mais ela insistisse para eu ficar lá, tanto mais quereria voltar, e depois da última insistência eu desligaria o telefone, iria para a Air France e compraria a passagem. Evidentemente, era natural, já antes mesmo de falar com ela me aprestei, comprei a passagem e estava em São Paulo na véspera de Natal.

O que poderia ser o Natal passado em Paris: Missa em Notre-Dame, uma visita à Sainte-Chapelle, Rue du Bac, Notre-Dame-des-Victoires, e depois ver Paris que naquele tempo ainda era uma cidade de elegância, de distinção e de gala; contemplar algo disso que ainda reluzia sobre esse grande foco de toda espécie de luzes – algumas boas – que foi a cidade de Paris.

Entretanto, eu pensava: é uma coisa incrível, mas ela para mim vale incomparavelmente mais do que isso, de maneira que, no íntimo de minha alma, não tive a mínima vacilação, a mínima hesitação. Eu estava determinado a vir e vim mesmo!

Hoje em dia, com a evolução que as coisas tomaram, mamãe já está no Céu. Mas ela foi recrutando lentamente, em torno de mim, aqueles que haveriam de trazer-me o odor da presença dela, que o desvelo dela reuniu em torno de mim, e que, assim reunidos, constituem a fragrância do perfume dela quando estava aqui na Terra.

Ela deixou-me numa aparente solidão, mas fez um tecido de afetos em torno dela e de mim com que nunca contei na minha vida. E ela constituiu em torno de mim aquilo que melhor poderia ser como que uma luz lunar, depois de esplêndido dia que foi a presença dela. Esse longo, argênteo e querido luar eu espero que me acompanhe até os últimos dias de minha existência.

O maior combate travado por meras criaturas na História

De um modo ou de outro isso tem estado contido nas palavras de afeto que vós me tributais com uma frequência toda “luciliana”, mas hoje isso foi vincado de um modo especial(1): é o caráter combativo de minha alma, como sendo o traço dominante da forma de perfeição para a qual Nossa Senhora – misericordiosa, mas insistentemente – me chama.

Levar o combate ao extremo limite onde deve ser levado. Não só combater com toda a força, mas ter a força para combater de todos os modos necessários, de maneira que não haja uma forma de combatividade, ainda que seja a grande, soturna e terrível combatividade das retiradas estratégicas, em que não me tenha sido dado combater até o último hausto de minha alma!

Isto, vincado nesta ocasião, vem num momento em que o combate se anuncia mais trágico e, portanto, mais admirável do que nunca. Um combate tal que, se ele fosse afastado de nossos passos, poderíamos nos sentir frustrados, de tal maneira precisamos crescer até as dimensões dele, e ele, por sua vez, de tal modo deve crescer que seja o maior combate travado por meras criaturas na História, desde que há mundo. Um combate em que os combatentes se lembram da luta dos Anjos contra os demônios e pensam, reverentes, no combate que Elias e Henoc vão travar no fim do mundo contra o Anticristo. É alguma coisa desse porte.

Nós temos a impressão de que as nuvens estão se acumulando, se adensando; ouvem-se o rugir de feras e o silvar de serpentes em um quadro aparentemente ainda intacto e pacífico, deste pacífico discutível de uma fortaleza que pode ser atacada a qualquer momento e, por isso, tem combatentes postados em todas as ameias, em toda a muralha e no alto de todas as torres. Estes são os dias pacíficos que temos diante de nós. Se isto é paz, vós bem podeis medir o que será o combate!

Um varão luminoso, cheio de reverência e de patriarcal dignidade

Neste combate nós devemos dar toda forma de devotamento de nossas almas, desde as mais extremas prudências, as esperas mais terríveis, até os avanços mais inopinados e fulminantes, em que ora tenhamos as prudências que mesmo os nossos considerem as mais desconcertantes, ora as ousadias que os deixem boquiabertos. Assim é a combatividade a serviço da Sabedoria; assim é a Sabedoria a serviço da Santa Fé Católica Apostólica Romana.

Isto se diz num dia tão inadequado, o Natal, em que a Cristandade olha para o que lhe apresenta a Santa Igreja, ou seja, o Menino Jesus, tão pacífico, o Príncipe da Paz que veio trazer a paz a esta Terra e que, de braços abertos, sorri para a humanidade que começa a chegar junto a Ele. E que, nesse momento, recebe o sorriso do que a humanidade tem de mais magnífico: o sorriso cheio de uma pureza e de uma luminosidade indizíveis de Nossa Senhora. E, logo depois, junto a Ela, um varão que de algum modo teve proporção para ser esposo d’Ela, para ser o pai legal do Menino Jesus.

Uma vez que entre esposo e esposa precisa haver uma certa proporção, qual deve ser a estatura de um homem para ter certa proporção com Aquela que causa surpresa aos próprios Anjos pela sua perfeição, de quem espíritos celestiais, olhando-A, perguntam cantando: “Quem é esta que avança?!”?

Também nós, olhando para um varão luminoso, cheio de reverência e de patriarcal dignidade, que A toma pela mão e A acompanha, perguntamos: Quem é este que avança junto Àquela a quem os próprios Anjos cantam?!

Acentua-se tanto, e com razão, tudo quanto há de belo e de poético nos bois que chegam junto ao Menino Jesus, e o contraste enorme entre Deus-Menino e aquelas criaturas irracionais que, com seu bafo, enchem o ambiente e aquecem seu Criador.

A luz, o perfume, o calor da presença de Maria

Porém, antes disso houve o perfume de todos os perfumes, a beleza de todas as belezas: a luz dos olhos, o perfume do hálito, o calor da presença de Maria. E junto a Ela houve a discreta, varonil e patriarcal presença de São José. Que mais dizer?

Dir-se-ia que essas recordações de guerra junto a essa cena que evoca a paz mostram uma contradição fenomenal. Mas é só porque esse quadro tem sido contemplado, com certa insistência, pelos homens que não admiram a guerra e não sabem ver dentro do próprio passo que o Menino Jesus inicia, vindo ao mundo, a grande guerra d’Ele.

Em geral, o Menino Jesus é apresentado no presepe sorrindo e de braços abertos, os quais não significam só a abertura do amor d’Ele para os homens, em todos os tempos e todos os lugares. Sem dúvida, exprimem isto e com toda a propriedade, mas significam também a Cruz. Ele está com os braços abertos em cruz.

E um dos aspectos que torna bonita a devoção de rezar com os braços abertos em cruz é pensar que o Menino Jesus, na manjedoura, provavelmente abriu os seus braços em cruz. Logo depois de concebido, Ele começou a rezar imediatamente para o Padre Eterno. Saído do claustro augusto de Maria e vindo à luz do dia, Ele entrou na Terra e imediatamente ofereceu ao Padre Eterno a grande luta que ia iniciar.

Batalhador divino, mas pequenino, um Deus infinito, porém encarnado numa Criança que quis ficar na dependência de tudo e de todos, sendo o Criador onipotente do Céu e da Terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis!

Jesus vem à Terra para salvar a nação eleita e, com ela, também a humanidade inteira. A nação eleita deveria ser um instrumento para Ele salvar a humanidade. Mas Ele sabe que sobre essa nação conseguirá o resultado o qual conhecemos, e que a humanidade O seguirá incompletamente.

Entretanto, Ele vem à Terra e, contrariando as forças opostas do demônio, do mundo e da carne, diz: “Esse resultado apenas parcial de uma obra que seria natural que tivesse o seu resultado completo Eu arranco do demônio e imponho. Realizo minha glória com aquilo que resolvi arrancar. Sei que não conseguirei tudo, embora poderia conseguir desde que Eu quisesse. Sei que santa e sapiencialmente não o devo querer e, por razões arcanas, não quero. Permitirei que o demônio Me arranque uma parte daquilo que Eu comprar por um preço infinitamente precioso. Porém, em revide, triunfarei com a parte que Eu não lhe permitirei tomar.”

Assim, como um guerreiro que entra na liça para começar a guerra, ali está o Menino Jesus no presepe!

Reis dos reis, Senhor dos senhores

Mais ainda. Haveria algo de mais normal do que Ele, como Menino, pelos lugares onde passasse já começasse a deslumbrar todo mundo, a operar milagres, pregar, ensinar o gênero humano?

Entretanto, houve esta primeira coisa desconcertante: trinta anos de mutismo! Trinta anos de vida privada, de uma existência oculta com Nossa Senhora e São José, em Nazaré. Imaginem se vivêssemos naquele tempo e soubéssemos que o Menino Jesus veio. Ficaríamos “alegríssimos” e já faríamos planos para o dia seguinte! Contudo, quiçá Nossa Senhora nos olhasse com pena, mas enigmaticamente, e nos dissesse com aquela suavidade e majestade d’Ela: “Não! Vós tereis, meus filhos, que esperar trinta anos!”

Houve almas que tiveram luzes proféticas sobre a vinda do Messias esperado. Essas almas, pelo próprio zelo da salvação, por amor a Ele, deveriam esperar que, tendo chegado o Salvador, começasse imediatamente a obra de conquista d’Ele. Não! Trinta anos de silêncio. É desconcertante!

Será que Simeão e a Profetisa Ana souberam disso? O que terão pensado sobre isso as almas cujos corações palpitavam à espera do Salvador e que, naquela noite bendita, sentiram que a salvação tinha chegado? Muitas dessas pessoas talvez esperassem ver a glória e a vitória d’Ele, e foram convidadas a morrer em paz, sem compreender o que tinha se passado. É terrível, mas Ele começava por levar ao último ponto da santidade, pelos mistérios da espera e da confiança n’Ele, aqueles que O tinham esperado. Assim, a luta se iniciava dentro de casa com aqueles que eram d’Ele, para que fossem mais d’Ele.

São José morreu sem ter visto a glória do Filho de Deus irradiar-se sobre Israel! Entretanto, morreu em paz. Ele é o padroeiro da boa morte. Com toda a certeza, faleceu assistido pelo Menino Jesus e por Nossa Senhora. Não se pode morrer melhor, é o arquétipo da boa morte! Será que São José não se perguntava, às vezes: “Mas o Rex regum, Dominus dominantium” é esse Menino, entretanto divino, que vejo brincar com outras crianças, não atrai ninguém? Passou mais um dia e o milagre não se deu. Ou, pior ainda, Ele fez milagres e não se importaram. O que vai acontecer? Não sei. Eu sei que o Verbo Se fez carne e habitou entre nós! Mais um mistério na minha vida. Adoro o mistério e caminho para as sombras da morte, e depois para o Limbo, feliz porque meus olhos, antes de se fecharem, viram o Esperado das nações! E porque as orações d’Aquela que o Divino Espírito Santo quis me dar por Esposa não me deixarão um só momento, vou avançar confiante!”

E assim como o Menino Jesus causou uma angústia a Nossa Senhora e a São José por ocasião de uma peregrinação a Jerusalém, onde Ele se separou da Sagrada Família, que depois O encontraram no Templo, será que Ele não terá querido causar a São José santas perplexidades por todos aqueles que haveriam de custar a compreender as santas demoras daquilo que é verdadeiramente grande? Pode-se compreender.

E São José não terá travado ali o último combate de sua vida? São hipóteses, mas quão possíveis, verossímeis; portanto, quanto devemos contar com elas para ilustrar um pouco a nossa inteligência a respeito de aspectos da vida da Sagrada Família!

Nosso Senhor acrisola os que são d’Ele, travando um combate dentro de cada um

Nosso Senhor Jesus Cristo entra na vida pública. Afinal, glória! O povo aflui para junto d’Ele, alegria! As almas que queriam presenciar o triunfo do Rei dos reis e Senhor dos senhores dizem: “Chegou!” Os Apóstolos disseram: “Chegou!” Fato mais extraordinário ainda: a parentela começa a aderir.

Entretanto, no momento em que, contemplando o primeiro ano da vida pública e esfregando as mãos, se diria: “Como será o segundo ano? Como será o terceiro? Eu já vou me preparar para participar desses triunfos! Oh, coisa magnífica!”, “tenebræ factæ sunt” – fazem-se trevas. A luz do Sol começa a deixar aparecer lacunas, um véu se põe diante dos olhos, perplexidades…

Jesus tomou uma beleza de ocaso a se somar à de meio-dia. Na rejeição, no isolamento, no desafio, na ameaça, Ele vai mudando de colorido, de esplendor. Porém, dir-se-ia que Nosso Senhor abandonou a própria causa pela qual Ele tanto luta. Está fazendo tudo para que essa causa ganhe, mas por um ato de sua vontade onipotente poderia mandar que as coisas corressem de outra maneira. Não. Ele se esforça, faz milagres, mas não impõe aos ímpios que se curvem diante do Milagre que eles não reconhecem.

Então, Ele terá abandonado a Si próprio? Alguém poderia pôr-se o problema: “Eu, que estava com meu entusiasmo levado ao último ponto por Ele, passarei por esse último desconcerto de ter a impressão de que Ele não defende a Si mesmo? E a minha esperança na vitória, onde ficou?”

Nosso Senhor Jesus Cristo estava travando o tempo inteiro, dentro do coração de cada Apóstolo, de cada justo, essa batalha de acrisolar os bons para que passassem por essas provações e fossem fiéis ao longo delas.

Podemos imaginar, a título de hipótese, quais eram as reflexões dos Apóstolos no Horto das Oliveiras.

Suponhamos que, em função do que Nosso Senhor dissera na Santa Ceia, alguns dentre eles tivessem chegado a deduzir que Judas era o traidor. Ora, eles tinham visto o Divino Mestre dar provas de afeto a Judas e, quiçá, algum deles pensou: “Quando Judas roubava, o Mestre deveria tê-lo expulsado. Deixou aqui esse homem, deu no que eu previa! Mas Ele agora podia atalhar. Por que não manda um Anjo matar Judas? Ele que tem o poder tão divino de ressuscitar, não poderia matar?”

Quem sabe se, no primeiro período em que Jesus suava sangue no Horto das Oliveiras, os Apóstolos estavam torcendo e dizendo: “Ele mata Judas a qualquer momento. Por um ato da vontade d’Ele, um Anjo elimina o traidor. Desce fogo do céu e o liquida. Daqui a pouco chega alguém nos contando que Judas foi estraçalhado por um raio, e nós nos levantamos alegres, fazemos uma procissão e uma festa.”

Mas concluem: “Não… não tem a menor esperança. O Mestre não vai fazer isso. Ele previu a entrega e está suando sangue de medo disso. Cambaleia e nos pede que vamos para junto d’Ele a fim de O consolar! Se é de nós que Ele depende, oh! está tudo perdido”.

Evidentemente, são hipóteses. Mas, quando pensamos nelas, parecem estar presentes num drama moral que se entrevê.

Nosso Senhor não cede e leva a conduta d’Ele até o fim. Deixa-Se entregar. E quando São Pedro corta a orelha de Malco, Ele ainda cura a orelha do soldado e manda São Pedro pôr a espada na bainha!

Não se percebe que Jesus está acrisolando os d’Ele e travando um combate dentro de cada um. Esse era um dos muitos aspectos da batalha que não acabaria mais.

Vencendo nossa batalha interna, Nossa Senhora nos dará a vitória externa

Ele redime o gênero humano, ressuscita dos mortos, sobe aos Céus e a Igreja começa uma guerra onde passa por dramas tão pungentes que, em determinados momentos, ela mesma nos dá uma impressão parecida com essa. E é pedida de nós uma prova semelhante àquela. É o Divino Mestre que, mais uma vez, nos diz: “Estejais prontos e vigiai! Vigiai e orai para não cairdes em tentação, porque todas as formas de heroísmo – desde presenciar os últimos desconsolos e permanecer de pé, até participar dos maiores triunfos e ficar desapegado –, tudo isso vos será exigido no vosso campo de batalha interno, para que, por vosso intermédio, a Providência vença a humanidade”.

Muita gente considera como um dos elementos dos castigos previstos por Nossa Senhora em Fátima o desencadear de uma guerra conforme as leis humanas e divinas. E é verdade. Mas não se toma em consideração que, simultaneamente, há uma guerra interna, e não é a hora de tirarmos férias dessa luta interior da nossa fricção com o mundo, mas é o momento de levar esse combate até o último ponto.

Portanto, desde já, devemos rezar para pedir a fortaleza necessária para sermos combativos o tempo inteiro, pois isso é necessário a fim de que todo o resto da gesta e da epopeia se realize.

Por que as Cruzadas não venceram? As armaduras eram muito boas, os transportes marítimos, segundo as condições do tempo, também eram bons, a capacidade de combater era grande, o espírito cavalheiresco era admirável. Faltou interiormente o que era necessário para ganhar.

A Cruzada da Reconquista espanhola e portuguesa levou novecentos anos – quando poderia ter durado muito menos –, por causa de desfalecimentos entre momentos de integridade e de moleza. Se esses momentos não tivessem existido, quanta coisa teria acontecido diferente, mais magnífica e conforme a glória de Nossa Senhora! Para dizer tudo numa palavra só, se a Cruzada hispano-lusa tivesse sido feita num só lance, não pararia nas orlas do Atlântico, mas o teria transposto e entrado com vitória na África. Assim, a presença maometana no Mediterrâneo teria sido diferente e, com isso, a História da Europa seria outra. Quando a América fosse descoberta, o Mediterrâneo seria um mar inteiramente cristão.

Devemos procurar fazer para Nossa Senhora nessa Cruzada que vem o que busquei realizar com mamãe. Eu pensei: “Como são poucos os filhos que amam inteiramente suas mães! Eu vou realizar essa obra-prima interior de querê-la e de ser tão bom com ela quanto ela é comigo.”

Com Nossa Senhora não se pode fazer propriamente assim. Quem pode ser bom para Ela como Ela é para nós?! Mas se formos os guerreiros em favor d’Ela como Ela Se desvela e luta por nós; se travarmos nossa batalha dentro de nós para amá-La com um amor que tenha a proporção adequada para o amor desproporcionado que Ela nos tem, aí nós teremos a mais gloriosa das Cruzadas, em linha reta, atravessando os pantanais das demoras, dos inesperados, das ciladas, das defecções e caindo, em linha reta, no chão firme do campo de batalha, sobre o adversário, e prostrando-o por terra.

Vençamos nossa batalha interna e a Santíssima Virgem nos dará a vitória externa. Essa é a meditação de Natal dos guerreiros de Maria! Peçamos ao Divino Menino Jesus, por meio d’Ela e de São José, as graças necessárias para correspondermos a esse ideal.

 

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 25/12/1982)
Revista Dr Plinio 261 (Dezembro de 2019)

 

1) Dr. Plinio se refere às palavras de saudação a ele dirigidas por jovens discípulos, nas quais propunham o tema a ser tratado.

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