Decisão e fortaleza dos aflitos

A condição do católico, nesta terra, é “suspirar, gemer e chorar”, como dizemos na Salve Rainha. E um de nossos gemidos é a luta contra os adversários de nossa salvação. É o gemido por ter de tomar a iniciativa de combatê-los, de não ceder nunca, de estar continuamente batalhando, sem desfalecimento. Por isso devemos recorrer sempre a Nossa Senhora, Mãe de misericórdia e Consoladora dos aflitos.

Consolar não é apenas enxugar o pranto de quem chora. É muito mais do que isso. É também dar força, ânimo e decisão. Pode-se, portanto, dizer que Nossa Senhora é a “Decisão dos aflitos”.

Em meio às suas aflições, o homem facilmente se acabrunha e se entristece de modo excessivo, perde a coragem e se deixa dominar pelo desânimo. Nossa Senhora pode, magnificamente, atenuar-lhe os sofrimentos. Contudo, o maior benefício que Ela concede ao homem aflito não é o de suavizar as dores que ele tem de enfrentar, mas o de lhe dar forças para suportá-las.

Nada, portanto, de uma piedade unicamente lacrimosa e passiva. Se estamos gemendo e chorando, devemos imitar a Nosso Senhor no Horto das Oliveiras: peçamos forças para arrostar o perigo, o risco e a luta que estão diante de nós. E Nossa Senhora então nos consolará, dizendo-nos: “Filho, ânimo! Eu te concedo forças para lutar. No Céu serão pagos os teus sofrimentos, e serão  recompensadas em glória todas as cruzes que tiveres de carregar sobre os ombros. Coragem, e anda para a frente!”

Essa é, propriamente, a consolação. Ou seja, um fortalecimento que Nossa Senhora proporciona àqueles que necessitam de vigor e de ânimo para os combates da vida.

Plinio Corrêa de Oliveira

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